GREVE GERAL: Sem reajuste à vista em 2024, servidores do Executivo ameaçam parar
Última paralisação geral ocorreu em 2012 no governo Dilma (PT). Universidades Federais também ameaçam paralisação.

Várias categorias de servidores federais estão adotando medidas de protesto em resposta à resistência do governo federal em conceder reajuste salarial para o ano de 2024. Dentre as categorias em movimento, agentes de órgãos ambientais, funcionários do Banco Central (BC), auditores-fiscais da Receita Federal e agentes da fiscalização sanitária já deram início a paralisações, mesmo que de forma pontual. Há também a possibilidade de greve nas universidades no primeiro semestre letivo de 2024.
No último dia 10, as entidades representativas enviaram um ofício ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), propondo a recomposição salarial em três parcelas: 9% em maio de 2024, 7,5% em 2025 e mais 7,5% em 2026. Até o momento, não houve resposta do governo à contraproposta, e as reivindicações dos servidores estão sendo discutidas em reuniões periódicas da Mesa Nacional de Negociação Permanente, cuja primeira reunião deste ano ainda não foi marcada, mas a expectativa é que ocorra após o Carnaval.
O presidente do Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, destacou que, diante da ausência de uma resposta efetiva do governo, a insatisfação pode aumentar, podendo resultar em uma greve geral.
A última greve geral no serviço público foi registrada em 2012, com quase 360 mil servidores paralisados. Na ocasião, a insatisfação dos servidores estava relacionada ao ajuste fiscal e à postura adotada pela então presidente Dilma Rousseff. O atual cenário também presenciou uma paralisação de 24 horas pelos servidores do Banco Central no dia 10 de janeiro, impactando os serviços da autoridade monetária.
A proposta oficial do governo, apresentada no final do ano passado, congela os salários dos servidores federais em 2024, alegando restrição orçamentária. O governo propõe alterações apenas em 2025 e 2026, oferecendo aumento apenas nos auxílios para o corrente ano. O aumento nos auxílios, como alimentação, saúde e creche, está previsto para entrar em vigor a partir de 1º de maio de 2024.
O governo Lula argumenta que não há espaço orçamentário para conceder reajuste salarial em 2024 e destaca que já atendeu os servidores do Executivo federal ao conceder, em 2023, um aumento salarial linear de 9%, com aprovação do Congresso. A equipe econômica enfrenta desafios para atingir a meta fiscal zero, conforme estipulado pelo ministro Fernando Haddad.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Só assinantes podem comentar, acesse sua conta para participar
Entre e Participe da Conversa